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Apostas esportivas: mais uma vez o cidadão comum vai pagar essa conta

Apostas esportivas: mais uma vez o cidadão comum vai pagar essa conta

*Por João Victorino

Autor: João Victorino

As apostas esportivas têm sido o tema mais comentado nos últimos dias, e não é para menos. Várias notícias têm surgido sobre o uso dessas casas de apostas online para lavagem de dinheiro em grande escala. Influenciadores e outras personalidades estão envolvidos em possíveis crimes, revelando que as facções estão próximas de todos. É um jogo de gato e rato eterno. Fecha-se uma porta, e os ratos correm para abrir buracos em outros lugares.

A ganância de quem atrai milhões de pessoas nas redes sociais segue o mesmo caminho. Muitos desses influenciadores não passam por nenhum tipo de certificação, validação ou comprovação de idoneidade sobre o que divulgam. Isso abre espaço para um verdadeiro “vale-tudo”, onde qualquer coisa pode ser vendida ou promovida, sem que haja garantias de transparência e honestidade. E, nesse cenário, quem acaba pagando o preço é o usuário.

O Estado está devendo um posicionamento mais firme para coibir os excessos. Se vamos ter uma lei sobre isso, que seja muito mais severa, dura e que coíba o endividamento que certamente ocorrerá. Não são apenas os adictos em jogos que vão quebrar. Mesmo pessoas comuns, que não apresentam sinais de vício, podem em algum momento se perder e sofrer prejuízos insolúveis.

Várias instituições têm se posicionado sobre o assunto, mostrando - por meio de estudos - , o quanto as pessoas estão deixando de comprar bens importantes e úteis para gastar nas plataformas de jogos. E muita gente acha que é “investimento”, sendo que é totalmente o contrário disso! Aonde vamos chegar?

Infelizmente, nossa população tem pouco preparo e proteção contra os mesmos ardilosos de sempre. Nossos resultados em provas internacionais de verificação de capacidade de entender funções simples de matemática (como o último resultado do Pisa), mostram que deveríamos aguardar uma evolução na educação e um aumento das iniciativas de educação financeira com resultados comprovados antes de liberar esse tipo de atividade.

Sou contra, e o dano será enorme. Oxalá estejamos errados!

*João Victorino é administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro. Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.